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A Trilha dos Tropeiros no Cânion Tajuvas em Morrinhos do Sul foi um dos lugares que me surpreendeu muito ao conhecer, muito disso claro, pois existe pouquíssimo material na internet sobre este trekking então não sabia o que esperar ao conhece-lo.
Sem saber quase nada da Trilha dos Tropeiros fomos desbravar mais um dos vários cânions que existem no Rio Grande do Sul, só que nesta vez na cidade de Morrinhos do Sul a caminho do litoral norte gaúcho.
Essa região vem recebendo cada vez mais turistas que buscam desbravar as belezas rurais e os belos visuais do município. Mas além disso sua procura vem crescendo muito por causa do canionismo um esporte muito propicio para a pratica nesta região, com praticantes vindos até do exterior.
Mas, antes de se aventurar nesta região vamos conhecer um pouco mais sobre a Trilha dos Tropeiros no Cânion Tajuvas
Trilha dos Tropeiros no Cânion Tajuvas Uma caminhada por uma trilha histórica
A Trilha dos Tropeiros na Serra da Tajuva ao qual se é feita o trekking remota do passado da colonização do Rio Grande do Sul.
Por ela os tropeiros carregavam as mercadorias da região para troca com outras cidades, sendo essa trilha um importante ponto de conexão do litoral com a Serra Gaúcha.
No percurso, você verá resquícios da abertura de trilha feita por eles, como várias pedras alocadas como degraus que cortam uma pequena garganta do cânion ao qual subimos por um longo trecho da trilha.
Hoje percorrendo a trilha é difícil se imaginar como eles carregavam os mantimentos e o gado até o platô do cânion. E acredite se quiser, mas essa pratica de “levar” o boi para pastar no topo do platô ainda é feita por descentes que moram na região.
A caminhada é dura, mas é feita sempre acompanhada de belas visuais da planície litorânea e se segue boa parte pela borda das encostas.
Então belas paisagens não irão faltar para você se deslumbrar pelo caminho.
O que você deve saber antes de ir para a Trilha dos Tropeiros no Cânion Tajuvas
Primeiro passo para desbravar essa região é se organizar, pois mesmo sendo próxima de Porto Alegre, cerca de 177 Km, a trilha é muito cansativa.
Se você for fazer está trilha com uma empresa de turismo ok, pois ai você irá retornar dormindo no ônibus o que é bem tranquilo.
Para aqueles que forem por conta sugiro não fazer bate e volta no mesmo dia, pois você acaba moído no final do dia.
Para quem quiser pernoitar ou quiser conhecer mais desta região, existe uma pousada chamada Recanto Sobragi. Ela possui quartos com um preço bom para pernoite e já está muito acostumada a receber trilheiros que buscam desbravar as belezas do local.
No Recanto Sobragi que fica muito próximo do início da trilha existe um maravilhoso café rural com produtos orgânicos da região, ao qual recomendo muito. O custo fica em torno de R$ 40,00 reais por pessoa e vale a pena para recompor as energias.
Além disso o lugar é uma graça e guarda vestígios do antigo engenho de cachaça que funcionava no local. A história da cachaça e da colonização é contada pelos proprietários através de um pequeno museu de antiguidades que existe no local.
Para aqueles que gostam de produtos locais, aqui eles fabricam também uma cachaça especial a qual provamos e podemos afirmar que é realmente muito boa.
Se preparando antes do dia da trilha
O nível da trilha esta classificado como considerado difícil, pois possui diversas áreas de mata fechada.
São cerca de 18 Km percorridos em ida e volta, num tempo que varia dependendo do seu ritmo de 6 a 8 horas.
O vale ressaltar aqui é que o tempo é sempre imprevisível na região dos cânions e o temido nevoeiro pode aparecer do nada.
Existem períodos no topo do cânion que a neblina fecha mesmo e você não consegue enxergar nada.
Inclusive nesta ocasião passamos por isso, chegamos com o tempo aberto e do nada a “viração” deixou tudo branquinho.
Por isso eu indico a contratação de um guia local para não ter erro nem surpresas na volta.
O Josiel é um condutor local especializado na região e muito gente fina que nos guiou na nossa ida, para quem quiser o contato dele é só entrar no link.
O que levar
Como comentei a neblina é um risco constante na região então, sugiro levar na mochila sempre um casaco corta vento com capuz que quebra o galho caso você passe por isso.
Além disso, indico ir de bota de trilha ou tênis que não possua o solado liso, calça de trilha ou legging, pois existe muito mato, repelente, protetor solar, lanche de trilha e levar 2 a 3 garrafinhas de água para consumo.
Inicio da Trilha
A trilha se inicia ao lado da Igreja Nossa Senhora do Carmo e a primeira etapa do percurso é feita toda em chão batido numa subida íngreme constante.
A subida desta primeira parte eu considero a mais penosa da trilha, pois puxa muito a parte das posterior da perna.
Pela Estrada do Rancho você passará por alguns mirantes naturais que já dão um pitada do que é a imensidão do visual que existe na região.
Quase ao fim deste trecho iremos encontrar a Casa do Padre, que hoje funciona como uma pousada na região.
É neste trecho que marca o quase fim da subida em terreno de chão batido.
Segunda metade da trilha: A subida pelo meio da vegetação
A outra metade da trilha é feita boa parte dentro da mata, através de um trecho de degraus de pedra.
É bem comum você encontrar pelo caminho água vertendo, então todo o cuidado é pouco para não escorregar.
Após uma longa subida paramos quase no topo para fazer um lanche e descansar da batida constante rumo ao topo.
Além do barulho das árvores e comum se escutar muitos pássaros na região o que torna a experiência de imersão na natureza, mais bacana ainda.
Continuamos nossa subida até o descampado do cânion e o tempo começou a mudar drasticamente.
O platô do Cânion Tajuvas na Trilha dos Tropeiros
Neste trecho o caminho é bem marcado por meio uma região com charcos.
Vamos em direção a um velho galpão que existe no meio da paisagem, é lá que iremos encontrar uma cerca de arame enfarpado e uma porteira que deve se manter fechada após você passar.
A paisagem da região me fez alusão aquelas paisagens bucólicas de filme sabe? Com muito verde, uma casa de madeira no meio do nada e o inicio da cerração deixando a paisagem toda branca.
Após passar por um riacho caminhe por mais 20 minutos e você chegara ao ápice da trilha.
Ao lado esquerdo você encontrará uma belíssima fenda com muito verde e uma cachoeira que destoa do resto.
A frente se a visibilidade ajudar poderá ver uma boa parte do litoral norte gaúcho e sul catarinense e da Lagoa Itapeva.
Tivemos sorte, pois quando chegamos a neblina ainda estava se formando.
O visual é incrível e você se sente até pequeno com a magnitude do lugar.
São cerca de 700 metros de altura do cânion em relação a paisagem em torno dele.
Após um longo período de observação da magnitude da natureza começamos nosso retorno da trilha.
O retorno da Trilha dos Tropeiros em Morrinhos do Sul
Vale ressaltar que o retorno é mais penoso que a subida, pois a descida nas pedras úmidas força bastante a concentração e musculatura.
Quando estiver quase chegando a Casa do Padre você encontrará a direita um grande descampado com arame enfarpado.
Ultrapasse esse trecho e você terá uma vista incrível também.
Então gostou da Trilha dos Tropeiros no Cânion Tajuvas ?
Pois eu simplesmente adorei e me surpreendi com o visual do topo do Cânion Tajuvas.
Quer conhecer outros atrativos da região? Então aproveite e visite também o Poço das Andorinhas e dos Morcegos em Três Cachoeiras.